quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

A IGREJA DE ROMA

I – CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
A Cidade de Roma – Pequeno Resumo Histórico
A Roma de hoje.
Roma, Capital da Itália. No passado foi a Capital do poderoso Império
Romano. Sua população, com base no censo de 2001, era de 2.546.804
habitantes, sendo que em toda sua Região Metropolitana são cerca de
3.330.000.
Famosa, mundialmente, como A Cidade Eterna, espalha-se às margens
do Rio Tibre. Conhecida, no passado, como A Cidade das Sete Colinas, estas
colinas constituem hoje, seu centro histórico, sendo elas – Palatino, Avelino,
Campidoglio, Quirinate, Viminale, e Célio.
Uma Cidade com um Estado dentro de si
No interior da Cidade de Roma encontra-se o Estado do Vaticano, sede
Mundial da Igreja Católica Romana e residência oficial do Papa. O Papa é,
portanto, o Chefe da Igreja Católica, e, ao mesmo tempo, o Chefe do Estado
do Vaticano.
Isto aconteceu a partir de 11 de Fevereiro de 1929, quando Benito
Mussolini estabeleceu, em uma série de acordo com o Papado, o Estado
Independente do Vaticano, cedendo uma área de 0,44Km² dentro da
Cidade de Roma.
A Roma do Passado – Sua Fundação
Sua origem Lendária, ou mitológica
Os Romanos explicavam a origem de Roma, através do mito de Rômulo
e Remo, conforme aprendíamos, nas Escolas, em História Geral. Rômulo e
Remo seriam filhos do deus Marte com Réia Silvia, internada, por seu Tio
Amúlio, num Colégio de Vestais.
Colégio de Vestais era onde eram enclausuradas as moças virgens
consagradas à deusa Vesta. Segundo a lenda um dia o deus Marte passou
por lá, e engravidou Réia Silvia que deu à luz os Gêmeos Rômulo e Remo.
Os recém-nascidos foram abandonados num cesto que foi colocado no Rio
Tibre, a mando do Rei Amúlio. Próximo do Monte Palatino o cesto que fora
levado pela correnteza, parou. Rômulo e Remo foram salvos e amamentados
por uma loba, a qual garantiu-lhes a sobrevivência. Depois foram
encontrados e adotados por um casal de pastores, Fáustulo e Larência, por
quem foram criados.
Quando Adulto, Remo envolveu-se num conflito com alguns pastores e foi
conduzido à presença do Rei Amúlio. Rômulo dirigiu-se ao Palácio, matou o
Rei Amúlio que era o seu tio, e libertou Remo. Devolveram o Trono ao avô e
ganharam dele o direito de fundar uma cidade no lugar onde foram
encontrados pela loba.
Assim, por volta do ano 753 aC., a Cidade de Roma teria sido fundada
por Rômulo e Remo. Ainda, segundo a lenda, houve conflito entre os dois
irmãos para decidir quem seria O Rei. Nesse conflito Rômulo matou Remo e
se tornou o Primeiro Rei de Roma. É claro que é, apenas, uma lenda.
Origem mais provável de Roma
Alguns autores acreditam que Roma foi fundada pelos Etruscos.
Afirmam que por volta do Século VIII aC. havia numerosas aldeias de
agricultores e pastores nos altos das Colinas existentes as margens do Rio
Tibre. Estas Aldeias teriam se unido com fins defensivos e religiosos,
formando uma Liga denominada “Septimontium”, em referencia aos Sete
Montes sobre os quais Roma foi fundada. Isto, provavelmente, em 753aC.
Esta união fortaleceu as aldeias, e prejudicou a navegação pelo Rio Tibre
entre as cidades etruscas de Veios e Fidenes. Por este motivo os Etruscos
ocuparam a Liga de Aldeias, a qual chamaram de “Rumon”, de onde se
originou Roma, que significa a Cidade do Rio.
A Monarquia em Roma
O primeiro Regime Político de Roma foi a Monarquia. A cidade, portanto,
era governada por Reis. Isto ocorreu entre 753 e 509 aC. Segundo a
tradição Roma teve sete Reis, sendo que os três últimos foram etruscos –
Tarquínio Prisco, Sérvio Túlio e Tarquínio, o Soberbo.
Em 509 aC. os Patrícios, que eram os nobres, proprietários de terras,
apoiados pelos Plebeus, que eram os comerciantes, artesãos e pequenos
proprietários de terra, expulsaram os Etruscos e proclamaram a República,
em Roma.


A Republica em Roma – entre 509 e 27 aC.
Durante o período Republicano, O Senado Romano ganhou grande
poder político. No ano 27 aC. o Senado conferiu, por Lei, ao Imperador de
Roma o Título de Augusto, fazendo dele um deus, com a obrigatoriedade
de ser adorado pelo Povo.
É claro que não vamos discorrer sobre a expansão e decadência do
Império Romano. Estamos focalizando, apenas, alguns aspectos da Cidade
de Roma, pois, é parte de nossa Lição de Hoje.
A Religião, em Roma, nos “tempos bíblicos”
Os Romanos eram Politeístas, ou seja, acreditavam em muitos deuses.
A grande parte de seus deuses veio por influencia dos gregos, e tantos
www.escoladominical.com.br
dicas de lições bíblicas
outros foram trazidos de regiões conquistadas, e incorporadas no Culto de
Roma. Conforme afirmamos, em 27 aC. o Senado conferiu ao Imperador o
Título de Augusto, elevando-o, portanto, à condição de deus. Era mais um
deus para Roma.
Os deuses gregos foram adotados por Roma, porém, com nomes
romanos. Assim é que, na mitologia grega o deus do céu e soberano de
todos os deuses do Olimpo, era Zeus. Entre os Romanos, com as mesmas
funções, o deus era Jupter. A deusa do amor e da beleza Afrodite, na
mitologia grega, era cultuada em Roma com o nome de Vênus. Eros, da
mitologia grega, era o Cupido, dos romanos; Ártemis dos gregos, era
Diana dos romanos; Dionísio dos gregos, era Baco dos romanos; Cronos
dos gregos, era Saturno dos romanos; Hermes dos gregos, era Mercúrio
dos romanos; Ascrépio dos gregos, era Esculápio dos romanos; Posseidon
dos gregos , era Netuno dos romanos; e assim sucessivamente.
Além dos deuses principais, os Romanos cultuavam também os penates,
ou deuses domésticos, dos lares. Estes deuses eram cultuados dentro das
casas e tinham como função proteger a família.
A Religião Oficial – um agente para manter a unidade do Império
Por esforço pessoal do Imperador foi estabelecida A Religião do Estado.
O Culto Politeísta era respeitado em relação a todos os povos conquistados,
com uma condição – a necessidade de prestar Culto de acordo com a Religião
Oficial.
Politicamente, e, sempre que se mistura Política com Religião, é ruim
para o Povo, o objetivo da Religião oficial era manter a Unidade do
Império. Neste sentido, e com este objetivo, impôs-se a obrigatoriedade de
“adoração’ as imagens e estátuas do Imperador, que, também, como
vimos fora elevado pelo Senado à condição de deus. Assim, desde que se
prestasse Culto ao Imperador, cada um podia ter a religião que quisesse. O
Império Romano respeitava o direito de Culto.



Foi aí que os Cristãos foram prejudicados
Todos os Povos conquistados, e todos os homens, não tinham qualquer
dificuldades em adorar o Imperador, em obediência à Religião Oficial, e
depois praticar suas religiões, adorando seus ídolos.
Porém, com os cristãos era diferente! Eles se recusavam prestar
Culto ao Imperador. Afirmavam que havia um só Senhor e um só Rei, e
que o seu nome era Jesus. Daí, o Cristianismo não foi reconhecido como
sendo uma Religião, mas como sendo um movimento subversivo, ou
rebelde.
Nesta condição eram proibidos de praticar o seu Culto, e eram
perseguidos, presos, espancados, mortos! Isto prosseguiu por mais de
250 anos, ou seja, desde o Imperador Nero, até Constantino. Nesse período
a Igreja Cristã não pôde construir um só Templo. Congregava nas casas e na
clandestinidade.
Roma era um celeiro de idolatria
Os fazendeiros, ou os homens que trabalhavam na terra, adoravam “os
deuses da terra”, da colheita, da floresta. Eram, em geral, Panteístas.
Os Militares, por influencia grega, adoravam os deuses da “força”, do
“poder”, como Júpiter, o deus dos deuses; Netuno, o deus do mar; Plutão, deus das regiões da morte e do inferno. A deusa Mitras, a mais popular das
religiões orientais, tornou-se padroeira do Exercito Romano.
Exerceu, ainda, grande influencia sobre Roma o orfismo, antigo
movimento grego de Religião mística que ensinava doutrina de salvação e
vida após a morte; da Frigia, veio o culto à mãe dos deuses e o culto de
Attis; do Egito veio o culto de Íris, Serápis e Osíris.
Roma era, pois, um centro nevrálgico; uma cidade com cerca de um
milhão e meio de habitantes, na sua grande maioria, adoradores de
demônios. Todavia, em meio a uma idolatria desenfreada, onde Satanás e
suas hostes infernais dominava desde o Imperador até os escravos, neste
ambiente envolto em densas trevas – foi fundada uma Igreja Cristã.
Paulo escrevendo para essa Igreja, chamou seus membros de santos e
agradeceu a Deus pela fé dos mesmos – “A todos os que estais em
Roma, amados de Deus, chamados santos: Graça e paz de Deus,
nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo. Primeiramente, dou graças ao
meu Deus por Jesus Cristo, acerca de vós todos, porque em todo o
mundo é anunciada a vossa fé”- Romanos 1:7-8. Eles eram crentes
fiéis, eram santos e tinham uma fé viva, mesmo estando em Roma! Você
pode dar glórias a Deus por isto?!.





II – A IGREJA DE ROMA
“E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem aventurado és tu, Simão
Barjonas, porque não foi carne e sangue quem to revelou, mas meu
Pai, que está nos céus. Pois, também eu te digo que tu és Pedro e
sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não
prevalecerão contra ela”- Mateus 16:17-18.
A Igreja de Roma a qual estamos nos referindo é claro que não é aquela
conhecida como Igreja Católica Romana, mas, é aquela que o Senhor Jesus
chamou de “a minha Igreja”. É aquela sobre a qual o Senhor Jesus quando
estando falando com o Apostolo Pedro, não disse que tu és Pedro e sobre
essa
pedra, mas, talvez, colocando a mão no seu próprio peito, disse: “sobre
esta pedra” “edificarei a minha Igreja”.
Quando o Senhor Jesus disse “Esta pedra”, certamente que estava se
referindo a si mesmo, e não a Pedro. O Apostolo Pedro entendeu bem isto
e jamais pensou ser ele aquela pedra referida por Jesus, pois, ele próprio
escreveu afirmando ser Jesus a pedra, quando disse – “E, chegando-vos
para ele, a pedra viva, reprovada, na verdade, pelos homens, mas
para com Deus eleita e preciosa...pelo que também na Escritura se
contém: eis que ponho em Sião a pedra principal da esquina, eleita e
preciosa; e quem nela crer não será confundido. E assim para vós, os
que credes, é preciosa, mas, para os rebeldes, a pedra que os
edificadores reprovaram, essa foi a principal da esquina”- I
Pedro 2:4-7.
Quisemos reproduzir estas palavras escritas pelo Apostolo Pedro para
deixar claro que ele, Pedro, jamais pensou ser aquela pedra referida por
Jesus, quando afirmou que – “sobre esta pedra edificarei a minha
Igreja”. Pedro tinha uma consciência bem nítida que “A pedra que os
edificadores reprovaram” era o próprio Jesus e que a Sua Igreja está
edificada sobre ele próprio, e não em homem algum. Foi exatamente por
isto que o Senhor Jesus complementou, dizendo que – “as portas”, ou os
poderes do inferno “não prevalecerão contra ela”.
Estas palavras estão escritas na Bíblia que usamos, cuja tradução para a
língua Portuguesa, foi feita por João Ferreira de Almeida, que, em 1670,
concluiu a tradução do Novo Testamento. As mesmas palavras estão,
também, na tradução da primeira edição Católica da Bíblia, feita pelo
Padre Antonio Pereira de Figueiredo, e publicada em 1781.
Estas mesmas palavras escritas por Pedro, estão na Tradução conhecida
como Vulgata Latina, tradução esta feita para o latim, por Jerônimo,
considerado o homem mais sábio do seu tempo em assuntos bíblicos. Esta
tradução foi feita entre 387 e 405 dC., tendo sido o primeiro livro ser
impresso após a invenção do prelo, publicada em 1452 2m Mainz, Alemanha.
Esta tradução foi a Bíblia da Igreja Ocidental durante a Idade Média. Foi
decretada como sendo a Bíblia Oficial da Igreja Católica Romana, no
Concilio de Trenta, 4ª Sessão, em 08 de Abril de 1546.
Decreto que somente passou a ser cumprido em 1592 com a publicação
de nova edição Vulgata pelo Papa Clemente VIII. Assim está na História, e,
por certo, nenhum Sacerdote Romano poderá alegar desconhecer que o
Apostolo Pedro afirmou ser Jesus, e não ele, a Pedra sobre a qual
aquela que Jesus chamou de “minha Igreja”, foi edificada. Esta é,
pois, A Igreja de Roma sobre a qual estamos nos referindo.
1 – O Fundador da Igreja de Roma
Quando falamos sobre a Igreja de Roma, estamos falando, é claro, de
uma Igreja Local, assim como falamos da igreja de Éfeso, de Corinto, ou de
qualquer outra cidade. Pode parecer desnecessário falar-se em detalhes
insignificantes, como este, quando estamos escrevendo para Professores.
Acontece que aqui em Santo André nós sabemos para quem estamos
escrevendo, e muita coisa é, realmente, desnecessário. Mas quando esta
Apostila é colocada na Internet não podemos imaginar nas mãos de quem ela
poderá chegar. Esta a razão que procuramos, muitas vezes, ser detalhistas
com coisas que parecem tão simples de ser entendidas.
Sabemos que a Igreja, a qual o Senhor Jesus chamou de “a Minha
Igreja”, não foi fundada em Roma, nem em nenhuma outra cidade, senão
em Jerusalém, quando de sua Morte Expiatória na Cruz do Calvário. Assim,
todas as Igrejas Locais que, no conjunto formam a Igreja Universal têm,
como único Fundador, o próprio Jesus.
Em sendo desta maneira, e desta maneira é, então o fundador da
Igreja de Roma foi Jesus. Não confundir a Igreja de Roma, ou, a Igreja
que no tempo de Paulo estava em Roma, com aquela Igreja chamada
Católica Romana, que, segundo afirmam, teria sido fundada por Pedro, o
qual teria sido, também, o seu Primeiro Papa. Ambas as afirmações,
biblicamente não são verdadeiras.
2 – Não há qualquer prova de que Pedro esteve em Roma
Com toda certeza, na Bíblia, em qualquer uma das Traduções, ou mesmo
no original grego, do Novo Testamento, não existe qualquer indicio de que o Apostolo Pedro tenha estado em Roma. O que há são ilações, ou
imaginação engendrada por homens. Afirmam, por exemplo, que Pedro após
ser liberto, milagrosamente por um Anjo, da Prisão onde o Rei Herodes o
mandara encerrar, conforme está registrado em Atos, Capítulo 12, teria
fugido, então, para Roma. Porém, o que está escrito é que tendo sido
liberto, pelo Anjo – “...foi à casa de Maria, mãe de João, que tinha por
sobrenome Marcos, onde muitos estavam reunidos e oravam... E,
acenando-lhes ele com a mão para que se calassem, contou-lhes
como o Senhor o tirara da prisão, e disse: anunciai isto a Tiago e aos
irmãos. E, saindo partiu para outro lugar”- Atos 12:12,17.
Outros afirmam que de acordo com a tradição Pedro foi Bispo da Igreja
de Roma, mas, essa Tradição não está fundamentada em nada. A Bíblia nada
diz, a História, muito menos! Nenhum historiador iria se preocupar em
escrever sobre Pedro. Do ponto de vista humano Pedro era, apenas um expescador,
e, reconhecido como sendo um homem “sem letras e indouto” –
Atos 4:13.
Os lideres da Igreja Católica Romana, embora, e eles sabem disto, sem
qualquer prova palpável sempre tiveram a necessidade de procurar provar
que Pedro esteve em Roma, que a Igreja foi fundada sobre ele e que ele foi o
Primeiro Papa, apesar de que seja o único dos Doze Apóstolos que a Bíblia
afirma que era casado, pois, o Senhor Jesus curou a sua sogra – “E logo,
saindo da sinagoga, foram a casa de Simão e de André com Tiago e
João. E a sogra de Simão estava deitada com febre; e logo lhe
falaram dela. Então, chegando-se a ela, tomou-a pela mão e
levantou-a; e a febre a deixou, e servia-os”- Marcos 1:29-31. Simão,
aqui, é o mesmo Pedro. Seu nome era Simão, o Senhor Jesus o chamou de
Pedro – “E André, irmão de Simão Pedro, um dos dois que ouviram
aquilo de João e haviam seguido. Este achou primeiro a seu irmão
Simão e disse-lhe: Achamos o Messias (que, traduzido é Cristo). E
levou-o a Jesus. E, olhando Jesus para ele, disse: Tu és Simão, filho
de Jonas; tu serás chamado Cefas (que quer dizer Pedro)- João 1:40-42. Portanto, pela Bíblia, fica muito claro que o Apóstolo Pedro tinha uma sogra.
3 – Pedro nunca foi Papa
Pedro foi um dos Doze Apóstolos – era assim que ele se identificou
nas duas Epistolas que escreveu – “Pedro, apóstolo de Jesus Cristo...”- I Pedro 1:1. “Simão Pedro, servo e apostolo de Jesus Cristo...”- II
Pedro 1:1. Na Igreja de Jerusalém ele não era o chefe, ou o Superior dos
demais Apóstolos, pois, foi enviado à Samaria – “Os apóstolos, pois, que
estavam em Jerusalém, ouvindo que Samaria recebera a palavra de
Deus, enviaram para lá Pedro e João”- Atos 8:14. Quer nos parecer que o menor não pode enviar o maior. Pedro foi enviado!
Em Antioquia foi repreendido por Paulo, conforme declaração feita pelo
próprio Paulo – E chegando Pedro à Antioquia, lhe resisti na cara,
porque era repreensível”- Gálatas 2:11.
Aqui, quando ocorreu este fato em Antioquia, a Igreja já tinha mais de
quinze anos de existência. No entanto não há qualquer vestígio da
supremacia de Pedro sobre os demais Apóstolos, nem mesmo sobre Tiago
que era o Pastor de Jerusalém e a quem Pedro demonstrou respeitar,
chegando a mudar o seu comportamento em relação aos gentios face a
chegada, em Antioquia, de uma comissão enviada, de Jerusalém, por Tiago,aquele que a Bíblia chama de “irmão do Senhor” – “Porque antes que alguns tivessem chegado da parte de Tiago, comia com os gentios;mas, depois que chegara, se foi retirando e se apartou deles...”-
Gálatas 2:12. O Apostolo Pedro, de fato, não era o Pastor da Igreja de
Jerusalém, mas era considerado uma de suas colunas, na expressão usada por Paulo – “E conhecendo Tiago, Pedro e João, que eram
considerados como as colunas” – Gálatas 2:9.Perceba a expressão de Paulo – ele falou em colunas, isto porque para ele a base da Igreja, ou o alicerce, o fundamento, a pedra angular era Cristo, conforme escreveu – “Porque ninguém pode pôr outro fundamento, além do que está posto, o qual é Jesus Cristo”- I Coríntios 3:11.
4 – Pedro foi um Apostolo chamado por Jesus e foi uma benção
nas mãos de Deus.
Porém, ele não foi a pedra referida por Jesus, sobre a qual a Sua Igreja
seria edificada. Essa Pedra, segundo a Bíblia, é o Próprio Jesus. O
Apóstolo Pedro foi uma benção, mas, não foi designado Representante de
Deus aqui na Terra, pois, segundo a Bíblia, o enviado para representar Deus,aqui na terra, foi o Espírito Santo, e ele, tendo vindo no Dia do Pentecoste,continua aqui com a Igreja do Senhor e só voltará ao céu no Dia do Arrebatamento da Igreja.Que o Espírito Santo é o representante enviado por Deus, foi o próprio Jesus quem afirmou, quando disse – E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco e estará em vós. Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós”- João 14:16-18.Portanto, biblicamente, qualquer homem que se intitular como sendo Representante de Deus, será um usurpador, porque esta função é exercida pelo Espírito Santo.
5 – O Apostolo Pedro foi uma bênção
Contudo, não foi o fundador da Igreja de Jesus, nem foi o Pastor ou Bispo
de Roma e, muito menos, o Primeiro Papa. Papa, Bispo Universal, Sumo
Pontícife ou Chefe Supremo, são expressões análogas, ou similares. É sabido que nos primeiros séculos a História da Igreja não atesta a existência de um Papa, ou Bispo Universal. Segundo consta o primeiro Bispo que avocou o direito de impor ordens aos outros Bispos foi LeãoI, que exerceu o Bispado entre 440 e 461 dC. Não conseguiu seu intento de ser Bispo Universal face a resistência da Igreja de Constantinopla.
Assim, foi somente no inicio do sexto século, ou, mais precisamente, no
ano 606 dC, com a declaração e reconhecimento de Bonifácio III como
sendo Bispo Universal, é que iria surgir, de fato, o primeiro Papa, ou
Sumo Pontícife, reconhecido pela Igreja Católica Romana.
A Igreja do Senhor Jesus Cristo, aquela que ele chamou de “a Minha
Igreja”, a qual foi fundada na Cruz do Calvário, tem, desde a sua
Inauguração, no Dia do Pentecostes, um Chefe Supremo, ou se
preferirmos, um Sumo Pontícife, aqui na terra, mas, este, segundo a
Bíblia, é o Espírito Santo. A Igreja Católica Romana, embora sem nenhuma prova bíblica, ou histórica, confiável, insiste na tese de que Pedro foi Bispo da Igreja de Roma para poder dar sustentação a idéia de ter sido ele o primeiro Papa, ou Bispo Universal. O Apostolo Pedro, contudo, na sua humildade, nunca teve essa pretensão.Considerava-se um Presbítero igual aos demais, exortava os demais Obreiros a não exercer domínio sobre a Igreja, e reconhecia a Jesus como sendo o Sumo Pastor.
Para comprovar estas afirmações vamos reproduzir, aqui, as palavras
escritas pelo próprio Pedro e que estão registradas em todas as Bíblias
traduzidas para o Português, como também na “Vulgata Latina” que,
conforme afirmamos foi declarada a Bíblia Oficial da Igreja Católica.
São palavras do Apostolo Pedro - “Aos presbíteros que estão entre
vós, admoesto eu, que sou também presbítero com eles, e
testemunha das aflições de Cristo, e participante da glória que se há de revelar; apascentai o rebanho de Deus que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho. E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançáreis a incorruptível coroa de glória”-I Pedro 5:1-4.
6 – É certo que não foi Pedro e nem Paulo o Fundador da Igreja de
Roam – então, quem foi?
De Pedro, nada se diz sobre ter ele estado em Roma. Porém, Paulo,
sabemos que esteve, pois, está registrado na Bíblia. Todavia, antes dele
viajar pela primeira vez para Roma, ele já sabia haver lá uma Igreja
próspera, pois, para aquela Igreja ele escreveu a Epistola aos Romanos.
Nela Paulo confessa seu desejo de ir a Roma, mas afirma ter sido impedido – Não quero, porém, irmãos, que ignoreis que muitas vezes propus ir ter convosco, mas até agora tenho sido impedido”...”- Romanos 1:13. Assim, não tendo sido Pedro e nem Paulo Fundador da Igreja de
Roma, então quem foi eu não sei, você não sabe, ninguém sabe. O seu
nome, ou os seus nomes, somente foi escrito no Livro da vida, aquele
mesmo referido por Paulo em Filipenses 4:3, onde Paulo faz alusão a alguns cooperadores e diz – “...cujos nomes estão no livro da vida”.
Acredita-se que o Evangelho tenha chegado a Roma ainda como reflexo
do Dia do Pentecoste. Pentecoste era uma das Sete Festas sagradas de
Israel. Destas sete, as três principais eram A Festa da Páscoa, do
Pentecoste dos Tabernaculos. Judeus e prosélitos vindos de todas as
partes convergiam-se para Jerusalém nos dias destas Festas.Era a Festa do Pentecoste – por isto está escrito, que “E em Jerusalém estavam habitando judeus, varões religiosos, de todas as nações que estão debaixo do céu”- Atos 2:5. No meio dessa grande multidão estavam, também “...forasteiros romanos (tanto judeus como prosélitos) – Atos 2:10. A origem da Igreja de Roma pode, pois, estar em Atos 2:10. Todos,inclusive os Romanos que falavam o latim, ouviram os discípulos
proclamarem a glória de Deus na língua do pais de cada um – os Romanos
ouviram Galileus falando em latim, pois a Palavra de Deus declara que – “E,correndo aquela voz, ajuntou-se uma multidão, e estava confusa,
porque cada um os ouvia falar na sua própria língua. E todos
pasmavam e se maravilhavam, dizendo uns aos outros: Pois que! Não são galileus todos esses homens que estão falando? Como pois os ouvimos cada um, na nossa própria língua em que somos nascidos?”-Atos 2:6-8. Diante desta misteriosa e insuspeita operação do Poder de Deus, todos,na seqüência, ouviram a Pregação da Palavra de Deus, e diz a Bíblia que –“De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e, naquele dia, agregaram-se quase três mil almas” –Atos 2:41-42.
Os forasteiros que permaneceram por mais alguns dias em Jerusalém,
continuaram ouvindo as pregações e os ensinos da Palavra de Deus – “E
perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações”- Atos 2:42. Portanto, é possível imaginar queaqueles “...forasteiros romanos (tanto judeu como prosélitos)”
estivessem entre os quase três mil que receberam a Palavra e que, ao
retornarem para Roma, tal como tochas vivas começaram a incendiar a
Capital Mundial do Império Romano e, em, conseqüência, pode ter sido
fundada A igreja de Roma. Os nomes dos fundadores? Só Deus sabe!
Eles estão no “Livro da vida”, e, certamente serão galardoados no
Tribunal de Cristo – Romanos 14:10 e II Coríntios 5:10.





7 – A Igreja de Roma teria sido fundada por Áquila e Priscila,
afirmam outros
Esta é outra hipótese aventada por outros. A Bíblia nos informa que este
abençoado casal tinha morado na Itália, mais precisamente em Roma, de
onde tiveram que sair por ordem do Imperador Cláudio que, no ano 49 dC.
expulsou de Roma todos os judeus – conheceram Paulo em Corinto – “E
depois disto partiu Paulo de Atenas e chegou a Corinto. E, achando
um certo judeu por nome Áquila, natural do Ponto, que havia pouco
tinha vindo da Itália, e Priscila sua mulher (pois Cláudio tinha
mandado que todos os judeus saíssem de Roma) , se ajuntou com
eles. E, como era do mesmo oficio, ficou com eles, e trabalhava; pois tinham por oficio fazer tendas”- Atos 18:2-3. Ao que tudo indica voltaram para Roma, pois, Paulo ao escrever a Epistola aos Romanos enviou saudações ao casal, como também para a Igreja que se reunia em sua casa - “Saudai a Priscila e a Áquila, meus cooperadores em Cristo Jesus...Saudai também a igreja que está em sua casa...”- Romanos 16:3-5. É, pois, possível que eles tenham fundado A Igreja de Roma, antes, é claro, muito antes de terem sido expulsos, pelo Imperador Cláudio. Porém,não há qualquer comprovação bíblica, ou histórica. São hipóteses, apenas! A verdade é que havia, em Roma, uma grande e poderosa Igreja formada tanto por gentios, como também por judeus. Se ela foi fundada pelos judeus, ou prosélitos que estavam em Jerusalém no Dia do Pentecoste, se ela foi fundada por Áquila e Priscila, ou se foi fundada por outro, em nada altera A História da Igreja!




III – A EPÍSTOLA AOS ROMANOS – ALGUNS DETALHES
1 – Destinatário – Igreja de Roma
Conforme temos visto havia em Roma, a Capital do Império Romano,
uma próspera e abençoada Igreja Local, fundada, provavelmente, por
aqueles, ou por um, ou alguns deles, “...forasteiros romanos (tanto
judeus como prosélitos)” – Atos 2:10, que estiveram em Jerusalém no
Dia do Pentecoste, e cujos nomes não foram registrados pelo homem.
2 – O Autor da Epístola
“Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para apóstolo, separado
para o evangelho de Deus”- Romanos 1:1. É assim que começa a
Epístola, não deixando dúvidas de que o seu Autor foi Paulo.
Paulo, contudo, não a escreveu de próprio punho, mas ditou-a a um
amanuense chamado Tércio, conforme se encontra em Romanos 16:22–
“Eu, Tércio, que esta carta escrevi, vos saúdo no Senhor”.
Amanuense eram profissionais que escreviam textos à mão. Era o que se
pode chamar de escrevente, ou copista. Entre os Romanos os senhores,
geralmente, tinham um escravo amanuense que fazia o trabalho de
Secretário, cuidando da escrita dos negócios de seu amo.
Como Tércio envia à Igreja de Roma sua saudação pessoal, fica claro que
ele também era cristão e que, muito provavelmente, estava prestando um
serviço gratuito a Paulo.
3 - Quando foi escrita e por quem foi enviada
Escrita, ao que parece, entre os anos 57 e 58 dC., durante sua Terceira
Viagem Missionária, quando Paulo se encontrava em Corinto, após longa
permanência em Éfeso – “Depois que cessou o alvoroço, Paulo chamou seus discípulos e, abraçando-os, saiu para a Macedônia. E, havendo andado por aquelas terras e exortando-os com muitas palavras, veio á Grécia...”- Atos 20:1-3.Lembrando que Corinto era uma cidade da Grécia. Em Corinto Paulo encontrou uma irmã chamada Febe, natural de Cencréia, uma cidade portuária próxima de Corinto, e que viajaria para Roma – Paulo aproveitou o ensejo para escrever sua Epistola aos Romanos, enviando-a pelas mãos da irmã Febe a quem recomendou – “Recomendo-vos, pois, Febe, nossa irmã, a qual serve na Igreja que está em Cencréia, para que a recebas no Senhor, como convém aos santos; e a ajudeis em qualquer coisa que de vos necessitar; porque tem hospedado a muitos, como também a mim mesmo”- Romanos 16:1-2. Ao recomendar Febe percebe-se que Paulo escreve com muita
familiaridade. Isto porque, conquanto seja certo que Paulo nunca tinha
estado em Roma, pelo menos depois de sua conversão, ele tinha muitos
amigos e irmãos naquela cidade. Por certo eram pessoas convertidas sob o
seu Ministério noutras regiões e cidades, e que agora viviam em Roma.
Esta era, pois, mais uma das razões pelas quais ele manifesta seu desejo
de ir à Roma. Perceba, ainda que se Pedro fosse Pastor ou Bispo da Igreja
de Roma, Paulo jamais deixaria de fazer menção do mesmo. É certo que
Pedro nunca esteve em Roma.
4 – O Tema da Epistola aos Romanos
A Justificação pela Fé pode ser considerada o Tema Central da Epístola
aos Romanos. O Apóstolo Paulo, em Romanos, responde a pergunta
formulada por Jó – “...porque como se justificaria o homem para com
Deus?”- Jó 9:2. Paulo, então diria haver somente uma maneira do homem ser justificado, ou tornado justo aos olhos de Deus – “Sendo, pois,
justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus
Cristo”- Romanos 5:1. Para este homem justificado, Paulo complementa
– “Portanto, agora, nenhuma condenação há...”- Romanos 8:1. A
Justificação leva o homem a uma mudança de posição diante de Deus – o
homem passa de Réu a Justo. Isto graças ao Sacrifício Expiatório
realizado por Jesus, na Cruz do Calvário, que é aceito, pela fé.
Durante os próximos três meses estaremos estudando todos os aspectos
abrangentes nesta Epístola aos Romanos que muitos consideram ser mais profunda de todas as Epistolas, e, talvez o livro mais importante da Bíblia. É conhecida como A Epístola da Reforma, sendo que Martinho Lutero chegou a afirmar que se apenas o Evangelho de João e a Epistola aos Romanos tivessem sobrevivido seriam o suficiente para preservar o Cristianismo.È claro que esta declaração de Lutero ressalta a sua gratidão e predileção por esta Epistola que foi o instrumento usado por Deus para mudar o curso de sua vida depois de nela ter lido que “...Mas o justo viverá pela fé”- Romanos 1:17.A Epistola aos Romanos é sem dúvidas, de especial importância,porém, não podemos menosprezar nenhum dos 66 livros da Bíblia, todos considerados Canônicos, e que foram preservados pelo Poder do nosso Deus porque Ele os considerou necessários ao nosso viver Cristão.
IV – CONSIDERAÇÕES FINAIS
Paulo desejava ir à Roma – Deus concedeu o desejo do seu
coração
O Salmista Davi afirmou – “Deleita-te também no Senhor, e ele te
concederá o que deseja o teu coração”- Salmo 37:4. Paulo confessa que tinha um desejo no seu coração – o de ir à Roma – “Pedindo sempre em minhas orações que, nalgum tempo, pela vontade de Deus, se me ofereça boa ocasião de ir ter convosco. Porque desejo ver-vos, para vos comunicar algum dom espiritual, a fim de que sejais
confortados”- Romanos 1:10-11. Visitar e conhecer A Igreja de Roma
– “...porque em todo o mundo é anunciado a vossa fé “- Romanos
1:8.
O Plano elaborado pelo homem, chamado Paulo
“Pelo que também muitas vezes tenho sido impedido de ir ter
convosco. Mas, agora, que não tenho mais demora nestes sítios, e
tendo já há muitos anos grande desejo de ir ter convosco, quando
partir para a Espanha, irei ter convosco...Mas, agora, vou a Jerusalém para ministrar aos santos”- Romanos 15:22-26.
Paulo detalhou o seu plano! Ele está em Corinto, vai à Jerusalém levar
da parte da Macedônia e Acaia – “...uma coleta para os pobres dentre os santos que estão em Jerusalém”- Romanos 15:26.
Parêntese – Perceba que Paulo vai levar “uma coleta”, certamente que
uma oferta, em dinheiro, “para os pobres dentre os santos” que estavam na Igreja de Jerusalém. Naquela Igreja havia crentes chamados de santos e que eram pobres. Hoje, ao que parece isto não é aceito em algumas Denominações que se dizem “evangélicas” Crente pobre tem que ficar rico.Mesmo que seja necessário determinar que Deus dê a riqueza. Porém, Paulo e a igreja de Jerusalém não pensavam desta maneira. O Senhor Jesus também não, pois, ele disse que –“...os pobres, sempre os tendes convosco...”- João 12:8.Com relação a existência de crentes pobres alguém deve estar errado! Seráquem?! Fechando parêntese
O Plano de Paulo ainda não estava no Tempo de Deus
Paulo foi à Jerusalém – porém, em lá chegando, quase foi linchado,
tendo sido, contudo, preso. De Jerusalém foi transferido, ainda como
prisioneiro, para Cesaréia, onde permaneceu dois anos preso – Atos 21 a 26. Então chegou o tempo de ir à Roma! Mas, não foi como ele imaginou ir –foi como prisioneiro, mais foi ! Depois de uma Viagem bastante
tumultuada, com tempestade no mar, naufrágio do navio, picada de cobra,
três meses retido numa Ilha, Atos 27 e 28 - finalmente Paulo estava em
Roma! Em Roma ele ficaria por dois ano, porém, preso!Paulo, durante anos alimentou o desejo de ir à Roma. O Salmista disse –“deleita-te também no Senhor, e ele te concederá o que deseja o teu coração”.Anote isto – nem sempre o nosso desejo se cumpre da maneira que nós sonhamos e queremos, mas, da maneira que Deus quer! Deus é
Soberano! Você pode dar glórias a Deus por isto?!

Nenhum comentário:

Postar um comentário